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Channel: Blog da Análise Técnica
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Como eu opero

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Ao longo de mais de 14 anos de experiência no mercado eu desenvolvi um modelo de trade, com objetivo, rotinha de acompanhamento e setups específicos de swing-trade e day-trade. Para quem não está acostumado com a terminologia, as operações de swing-trade são aquelas que duram alguns dias, geralmente não mais de duas semanas, com uma expectativa de movimentação entre 3% e 12% nos preços. Já as operações de day-trade são abertas e fechadas no mesmo dia, com variações menores, entre 0,2% e não mais de 2% na maioria dos casos.

Acompanho diariamente todas as ações que apresentam uma média de mais de 100 negócios dias, além dos mercados futuros do Ibovespa, Dólar, Café e Milho. Utilizo também o mercado de opções para fazer operações de financiamento, ou como instrumento para compras e vendas com base no gráfico do ativo alvo. Sempre dou maior atenção para os mercados mais negociados.

A minha ferramenta principal de trade é a Análise Técnica (AT), utilizada dentro do escopo de um plano de trade e amparada por um modelo de controle de risco. Através da AT eu consigo identificar a tendência do mercado, as zonas de suporte e resistência além de outras informações. A partir dessa avaliação inicial traço cenários prováveis de movimentação dos preços.

O padrão básico explorado é o infinito movimento de expansão e correção que os ativos e derivativos produzem. A característica mais marcante do mercado é a constante movimentação. Felizmente existe um certo padrão nesses movimentos, eles não acontecem de forma totalmente desordenada. A premissa básica é que esses preços formam tendências ao longo do tempo e essas tendências podem ser aproveitadas.

É criado então um conjunto de instruções chamado “Setup”, onde se define a situação específica que gerará uma entrada no mercado, seja na ponta comprada ou na ponta vendida. Na maior parte das vezes eu quero operar a favor da tendência, ou seja, se o mercado está em tendência de alta busco por compras quando há o rompimento de uma resistência ou a correção até uma zona de suporte. A compra de rompimento é o meu Setup 1, a compra depois de uma correção é o Setup 2.
É produzido um plano para cada trade, com preço de entrada, stop, ponto de realização parcial e tamanho da posição, com o prejuízo máximo permitido.

Não é qualquer rompimento ou teste de suporte que é operado. Tudo depende da forma que o mercado faz tal movimento. Geralmente busco por demonstração de força compradora ou força vendedora consistente, com barras de maior amplitude, volume acima da média, fechamento próximo do extremo da barra, gaps, abertura das bandas de bollinger entre outras características.

Por melhor que sejam os setups escolhidos para fazer parte da sua estratégia, você nunca conseguirá alcançar 100% de acerto. O lucro será produzido como o saldo entre os ganhos e os prejuízos gerados nas operações. O segredo está em limitar rapidamente os prejuízos quando o mercado faz um movimento menos provável pela sua análise e deixar os ganhos crescerem quando o mercado se movimenta a seu favor.

Ainda tenho um Setup 3 para as operações de Swing-trade que envolve o conceito de mercado muito esticado. Quando há alguma movimentação rápida e profunda para baixa, por exemplo, podemos esperar alguma correção dos preços, chamada de repique. Posso entrar após uma queda dessas para um trade bem curto e com controle de risco adequado.

Dentro do meu plano geral de trade, tenho também três setups de day-trade. Eles exploram a diferença entre o fechamento do dia anterior e a abertura do novo pregão. Se um determinado mercado abre com um gap (diferença de preço) muito grande, com volume acima da média e rompendo alguma resistência ou suporte importante, ele tem uma chance maior de fazer um grande movimento naquele dia.

Nesse caso eu aguardo a primeira movimentação do mercado em questão e espero por algum rompimento dos extremos formados nesse primeiro movimento, especialmente se ele for favorável ao gap. Claro que há uma série de regras para definir a entrada exata, o stop e o quanto eu arriscarei em cada trade.

Esse é um pequeno resumo de como eu opero. Creio que o mercado oferece uma das últimas fronteiras para o trabalho realmente livre, já que não é necessário ser um empregado ou empregador de ninguém, além de não haver limitação geográfica ou temporal para essa atividade. Além disso, saber operar é primordial numa época de rentabilidades decrescentes na renda fixa e de riscos ocultos em investimentos considerados “seguros”.

Através da Análise Técnica é possível entender o mercado e operar de uma forma muito mais consistente. Pelos menos foi dessa forma que eu desenvolvi a o meu caminho de sucesso na atividade de trader e educador. Pode parecer simples, mas percebi que dentro da complexidade do mercado não é possivel ter consistência sem uma abordagem direta e simplificada. O maior desafio na verdade é não se deixar levar por todas as possibilidades de gerar ganhos e se especializar em algumas boas estratégias.


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